Em mais um dia de operação na Mangabeiras, Prefeitura realoca mais 282 famílias
Iniciada na segunda-feira, 20, a operação de realocação das famílias da Ocupação das Mangabeiras, localizada no bairro 17 de Março, seguirá durante toda esta semana. Nesta terça-feira, 21, outras 282 famílias foram retiradas dos barracos para residências dignas, até que as casas do Complexo Habitacional Irmã Dulce dos Pobres, que serão construídas pela Prefeitura de Aracaju, fiquem prontas. Enquanto isso, o aluguel social será concedido pela administração municipal, um esforço da gestão para levar mais dignidade a essa comunidade. Nos primeiros dois dias de operação, um total de 448 famílias já foram realocadas.
O trabalho de realocação conta com a integração de diversas equipes da Prefeitura e envolve cerca de 300 profissionais numa ação focada na celeridade e no acolhimento a essas famílias. Assim, atuam nessa operação equipes das secretarias municipais da Assistência Social, Defesa Social e da Cidadania, através da Guarda Municipal de Aracaju; e das empresas municipais de Obras e Urbanização (Emurb) e de Serviços Urbanos (Emsurb).
Para prestar a devida assistência, estão envolvidos, em primeiro plano, assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais e apoio técnico, profissionais que fortalecem a ação humanitária de acolher.
“No segundo dia, damos atenção às famílias da área C, que não concluímos a demolição ontem [segunda] e iniciamos a área B. Esta uma área mais tranquila, mais compacta, os barracos estão mais juntos. Uma facilidade que encontramos foi que algumas famílias já haviam deixado os barracos, levado os seus pertences às casas alugadas, então, esse segundo dia foi mais fácil. Ontem, demos o pontapé inicial e sabemos que todo o início tem que haver alguns ajustes e, hoje, demos uma celeridade maior por termos, justamente, feito essas adequações para melhor atender às famílias. A ação conjunta dá uma segurança maior para que possamos realizar o trabalho da melhor maneira possível”, ressalta a secretária municipal da Assistência Social, Simone Passos.
Este segundo dia de operações contemplou pessoas como Adelina da Silva Santos, de 31 anos. Manicure desempregada, no momento, ela morava na ocupação com o esposo e, hoje, consegue vislumbrar dias melhores.
“Esperamos tanto tempo e, agora, saiu. Quando chovia era terrível, rato, barata, até cobra tinha. Desde que me casei eu tenho esse sonho de morar num lugar melhor. Casei, fui morar de aluguel e era muito sacrificado. Indo para essas casas que a Prefeitura conseguiu teremos mais saúde, segurança, as crianças vão poder brincar, sem medo”, frisou Adelina.
A realização chegou também para a dona de casa Ana Lucy Macedo, conhecida na comunidade como Luli, de 28 anos, que morava há seis anos na ocupação.
“Vi essa ocupação nascer. Na época, eu não tinha condições de pagar aluguel, não trabalhava e o que ganhávamos era muito pouco, não dava para pagar as despesas. Daí, meu irmão me falou sobre a ocupação e viemos. Mas, a vontade sempre foi a de ter uma casinha boa, que desse para viver com mais tranquilidade e isso está bem perto de acontecer. Tenho cinco filhos e dois deles têm problemas respiratórios, sempre estavam doentes por causa das condições em que vivíamos. Ter a casa é a realização de um sonho, moradia digna”, contou.
As condições de moradia referidas por Ana Lucy também causavam sofrimento para Pedro Santos, de 62 anos, diabético, hipertenso e portador de hepatite.
“Enfrentei muita dificuldade e via minha saúde cada dia pior por causa das condições de moradia. Sempre tive vontade de ter uma casa e o momento chegou. A Prefeitura tem tido muito cuidado em tudo, no transporte, no aluguel e isso me deixa muito feliz e satisfeito. Nunca ganhei nada na vida e recebi esse presente”, comemorou Pedro.
As famílias cadastradas ficarão em residências alugadas durante o período de dois anos, prazo para conclusão da obra que beneficiará 1.102 famílias (836 que eram residentes da área e outras 266 das famílias mais antigas beneficiárias do auxílio-moradia). A gestão municipal entrou no projeto com uma contrapartida para os aluguéis das moradias temporárias, no valor de R$ 7.934.00,00 milhões.