Prefeitura conclui sorteio das 1.320 unidades habitacionais Mangabeiras

Foto: Mateus Souza / Assistência Social

Cerca 1.100 famílias já conhecem seus endereços após sorteio das 1.320 unidades habitacionais do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres, realizado pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Assistência Social. Os trabalhos tiveram duração de oito dias, nos dois turnos, com uma logística preparada para atender a todos de forma organizada e tranquila, conforme estabelecido no regulamento.

A partir do sorteio, os beneficiários tiveram acesso ao nome da rua, número, lote, bloco, e se sua unidade é casa superior ou casa térrea, e a garantia de que a realização do sonho da casa própria está cada vez mais próxima. De acordo com o regulamento, o sorteio foi realizado seguindo a ordem de PCDs; idosos; Ocupação Mangabeiras áreas A, B, C e D; recicladores; beneficiários que estão no Auxílio Moradia há mais de 10 anos, e nesta quarta-feira, 29, à tarde, foi a vez de identificar e atender as situações de pendências que ocorreram durante o processo.

“Os sorteios transcorreram muito tranquilamente, apesar da euforia. Tivemos pessoas que desmaiaram, outras que choraram muito, que oraram, mas a adesão foi muito grande de todos os públicos, tanto que atendemos uma média de 1.100 famílias até hoje. A partir de segunda-feira, de 3 a 14 de junho, vamos resolver pendências. Inicialmente, a gente vai fazer um levantamento das unidades, um balanço, separar as pessoas acamadas, PCDs e cadeirantes para colocarmos nas unidades acessíveis. E a partir daí, começamos a chamar aquelas famílias que não compareceram em nenhum dos dias do sorteio e tampouco nos deram algum tipo de explicação”, explica a técnica de referência responsável pelo PTS Mangabeiras, Geisa Lima.

Todo o processo foi realizado com a participação dos beneficiários e das equipes técnicas da Diretoria de Gestão Social da Habitação da Assistência Social, do Projeto de Trabalho Social (PTS) Mangabeiras, da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), do agente financiador, a Caixa Econômica Federal, com o apoio da Guarda Municipal de Aracaju (GMA).

“São cerca de 843 famílias que foram retiradas da ocupação em 2020, e ficaram direto no Auxílio Moradia, até o sorteio e a entrega das unidades que vai ser ainda esse ano. Então, essas famílias foram assistidas durante todo esse processo, durante todos esses anos com o Auxílio Moradia, pagos pelo município, e elas estão sorteando as unidades habitacionais que elas vão residir a partir da entrega do imóvel, que deve ocorrer até o fim do ano”, finaliza, Geisa Lima.

Realização

Para os beneficiários, fica a ansiedade para a realização de um sonho muito esperado, afinal, a conquista da casa própria é um marco na vida de qualquer pessoa. Com o sorteio, eles já sabem onde vão morar e começam a se preparar para o momento mais esperado, o recebimento da chave da sua unidade.

O auxiliar de Serviços Gerais, Claudionor Bispo dos Santos, relembra o período em que viveu na ocupação e as condições de habitabilidade do local. “Foi muito difícil passar cerca de cinco anos lutando. Durante esse tempo aprendi que a gente tem que saber entrar e sair numa comunidade dessa, tem que saber viver em primeiro lugar. Aquele pouco que eu tinha, com Deus, era muito. E a expectativa daqui pra frente é melhorar, porque quando se tem o principal, que são quatro telhas para ficar embaixo, tem tudo na vida. É muito para todos nós e eu só tenho a agradecer, não só eu como todos que estão aqui. Não importa o tamanho, o que importa é que você tem uma moradia para passar a chuva, para sempre”, conta, feliz.

O beneficiário Everton Alves Santos passou cinco anos na ocupação Mangabeiras. Após muita luta, ele diz que esse é o maior bem que poderá deixar para suas filhas. “Lá eu vi de tudo. Quando chovia, enchia tudo de lama, moramos junto com os ratos, com os insetos, cobras, tudo, e hoje a gente está agradecendo a Deus que estamos numa casa. Eu digo a todos, vamos agradecer, vamos pegar de mão cheia e agradecer de coração pelo que a gente tá ganhando, porque muitos queriam ter um teto. Agora eu vejo um futuro muito bom, principalmente para minhas filhas, porque a gente consegue as coisas não para nós, mas para nossos filhos. E pra minha mãe que mora comigo. Eu digo sempre às minhas filhas, seu pai passou cinco anos nessa luta, nessa batalha, mas isso aqui vai ficar para vocês”, diz emocionado.

No Auxílio Moradia desde a desocupação das Mangabeiras, ocorrida em 2020, Maria Madalena da Conceição fala da expectativa em ganhar a casa própria. “Nosso prefeito prometeu e ele cumpriu. E Deus cumpriu muito mais. É muita emoção a gente ganhar a nossa casa própria. Estou muito feliz. Foram cinco anos e meio de luta, mas valeu a pena. Cheguei a esse momento. E agora eu estou mais feliz ainda, porque ganhei o térreo no sorteio, principalmente por causa do meu neto, meu cachorrinho e meu gato”, afirma.

Para Antônio Eliaquim da Silva, que passou cinco anos na ocupação, agora a ansiedade para receber a casa própria está ainda maior. “Rapaz, nunca esperei ter minha casa não, mas graças a Deus já está chegando a hora de ganhar nossa casinha, ter o nosso lar. Antes nós morávamos num barraco e agora nós vamos ter nossa própria casa, o que me segurou foi minha fé, muita fé, a expectativa está alta”, disse.

 

Publicado em: 29/05/2024