Prefeitura promove oficina sobre riscos ocupacionais para comunidade das Mangabeiras
Com o objetivo de promover desenvolvimento social da comunidade, a Prefeitura de Aracaju, por meio do Projeto de Trabalho Social (PTS), realizou na manhã desta quarta-feira, 29, uma oficina de Riscos Ocupacionais para as famílias do Residencial Mangabeiras Irmã Dulce dos Pobres. A atividade aconteceu no auditório do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) do bairro 17 de Março.
A oficina integra as ações desenvolvidas pelo PTS, que é executado pela empresa Oliveira Consultoria, no âmbito do programa Pró-Moradia, do Governo Federal, com o acompanhamento da Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social.
De acordo com a responsável técnica do PTS, Patrícia Oliveira, a oficina tem como objetivo trabalhar assuntos voltados à saúde e à segurança no trabalho, principalmente, para o público que desenvolve trabalhos com a reciclagem, com o intuito de profissionalizá-los.
“É uma forma de conhecermos essas pessoas, para então entendermos as diferentes realidades de vida, trabalharmos um olhar mais cuidadoso, até mesmo na oportunidade da entrega das unidades habitacionais. Hoje, um grupo de catadores de recicláveis já está se articulando, através de cooperativas, para conseguir um centro de triagem, então, a forma de trabalhar, a forma de executar essa atividade, deve ser feita da maneira mais segura, mais correta possível e é nisso que focamos na oficina, ampliar a visão dessas pessoas para que, de fato, possam profissionalizar a atividade que desempenham”, afirma.
A catadora Jéssica Gomes Lima trabalha com a reciclagem desde 2015 e tem como principal fonte de renda o benefício do Programa Bolsa Família. Para ela, a oficina é uma oportunidade de se aperfeiçoar e garantir uma renda complementar para sustentar os três filhos.
“Depois que tive os meus filhos, não pude mais trabalhar da mesma forma. Quando vi a notícia sobre a oficina, me interessei para entender melhor como posso melhorar o trabalho que eu fazia. Se eu não trabalhar numa empresa, volto a trabalhar nas ruas, mas sei que preciso conseguir outra renda para sustentar os meus filhos. Se eu voltar a trabalhar com reciclável, preciso saber mais sobre as questões de saúde, até para não levar risco para eles. Hoje, tento conter as minhas contas para conseguir manter meus filhos e estou no aguardo para receber uma casa e colocar meus filhos num lugar melhor. É para isso que participo da oficina, para poder trabalhar melhor, ter uma situação melhor e não deixar faltar nada aos meus filhos”, diz Jéssica.
O catador e integrante da cooperativa União, José Roberto dos Santos, enfatiza que a participação na oficina ajudará os cooperados a realizar os trabalhos da forma correta, contribuindo assim para melhoria da cidade.
“Trabalhei durante muito tempo no antigo lixão do Santa Maria e vi muita coisa acontecer, se transformar. Temos uma luta de muitos anos para manter as cooperativas. Hoje, com a União, estamos conseguindo montar um quadro de funcionários e, por isso, participar dessa oficina nos ajuda a cuidar melhor das condições de trabalho, até porque queremos ajudar a cidade com a coleta seletiva e, para isso, os trabalhadores precisam saber como se cuidar e manter a segurança na sua atividade”, garante.
Para o líder comunitário e catador de materiais recicláveis Jackson Miller dos Santos, é uma oportunidade de profissionalizar as pessoas que irão residir no Residencial Mangaberias Irmã Dulce dos Pobres, contribuindo para que elas tenham um futuro com melhores condições de vida.
“A história de muitos de nós começa no antigo lixão do Santa Maria. A maioria dos catadores mora na região da antiga invasão das Mangabeiras e, com a entrega das unidades habitacionais, ter essas pessoas mais profissionalizadas no seu ramo de atividade é poder pensar que, no futuro, também terão melhores condições de vida, então, vejo essa oficina como uma ação muito importante porque orienta esses catadores sobre a melhor forma de fazer o trabalho, cuidando da saúde e da segurança deles. Acredito que os catadores são trabalhadores importantes para a cidade, já que eles contribuem para o meio ambiente, então, essa oficina é uma forma de cuidar para que essa contribuição seja ainda melhor”, destaca o líder comunitário.